quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Feldman defende poker nas universidades ( Nos EUA já é realidade )

Este mês de fevereiro de 2011 vai ficar marcado para a história do poker no nosso país por diversas razões.
A primeira delas é o acontecimento do primeiro grande evento internacional em São Paulo batendo todos os recordes em número de participantes e premiações, foram mais de 500 pessoas jogando um poker da mais alta qualidade onde 70%do field era composto por brasileiros, o que é um número fantástico. Foi uma grande festa, recheada de um poker de altíssima qualidade, qualidade esta que marcou território com os jogadores que estão enfrentando a reta final composta por João Bauer, Bruno Foster, Fabio Colonese entre outros, todos garotos que já se dedicam e estudam o poker há um bom tempo, são horas e horas diariamente dedicadas a entender este esporte da mente que neste mês estão sendo recompensadas como era de se esperar no médio e longo prazo.
A segunda razão pela qual devemos nos lembrar deste mês de fevereiro para sempre é a representatividade que ganhamos na mídia nacional e principalmente internacional com a realização deste LAPT. Praticamente 100% da mídia especializada em poker mundial esteve aqui no Brasil cobrindo o evento e deixando o mundo saber o quão grande somos e onde podemos chegar com o poker brasileiro, haja visto que o reconhecimento pleno do nosso esporte está muito próximo por aqui. Recebi mensagens de 7 países diferentes, todas de jogadores famosos mundialmente nos parabenizando pelo evento e dizendo que não irão perder o próximo por nada. Somente um bom trabalho como o que foi feito aqui no LAPT SP pode resultar em uma repercussão como esta.
Definitivamente a maior razão para comemorarmos no momento e gravarmos no nosso calendário o mês de fevereiro de 2011 como o mais importante para o poker no Brasil foi a presença e o discurso do Secretário de Esportes da cidade de São Paulo, Walter Feldman, sobre a importância do poker para a cidade e a defesa em relação a nossa atividade que o Secretário executou.
Feldman quando procurado pela primeira vez em 2009, fez questão de em nenhum momento se posicionar a favor ou contra o poker, porém teve uma atitude digna de se apreciar em uma pessoa pública, ele me pediu pessoalmente que fosse até a Secretaria de Esportes pois ele iria reunir todos os delegados da Cidade que juntamente com ele gostariam de assistir uma palestra de 2 horas, ministrada por mim, onde eu deveria expor a razão pela qual esta atividade deveria ser considerada um esporte da mente e não um jogo de azar como muitos pensavam até então.
Preparei um belo material reunindo tudo o que já foi efetuado mundialmente em relação aos estudos sobre o poker e diversas informações junto com minhas defesas pessoais sobre "poker é esporte" e ao fim da palestra fui ovacionado por todos o que me deixou extremamente emocionado. Ao finalizar a palestra fui procurado por Feldman que me disse de forma cristalina que a partir daquele momento havíamos conquistado mais um guerreiro para a nossa batalha, mais um homem de peso apoiando a nossa causa justa que já tinha se consolidado em tantos países mas que no Brasil ainda estava engatinhando.
Deste evento em diante, Feldman cumpriu sua palavra, estudou e fez questão de entender cada vez mais o poker em si, mesmo sem ter despertado o prazer de jogar, mas entendia perfeitamente a legitimidade da nossa luta e com isso o esporte teve nele um representante do poder público convencido da nossa causa, um representante do povo corajoso que teve coragem de assumir uma posição que tantos outros se esquivaram, vezes por falta de informação, vezes por entender a causa mas temer a repercussão como muita vezes presenciei nestes cinco anos de luta.
Feldman corou seu apoio dos últimos dois anos na coletiva de imprensa ao qual participou no último dia 15 de fevereiro onde quando questionado sobre a legitimidade do poker no Brasil fez questão de levantar a bandeira e entrou em campo com raça chegando ao ponto de defender no Brasil o que já acontece nos EUA onde o poker em muitos Estados faz parte da grade curricular de diversas faculdades, incluindo Harvard.
O poker nos EUA entrou nas universidades americanas por duas razões, a primeira delas é a afinada relação que o esporte possui com as atitudes do ser humano em geral principalmente no ambiente de negócios, o poker quando estudado a fundo e bem jogado ele traz habilidades fantásticas para relações comerciais assim como a facilidade de entendimento das necessidades dos seus clientes, a relação de investimentos para compra de um produto ou serviço com a valor agregado aos mesmos, a leitura corporal das pessoas em relação as suas satisfações e decepções diante de uma ação apresentada, como lidar com investimentos, fluxo de caixa e planejamento financeiro de sucesso em atividades de médio e longo prazo e muito mais.
A Universidade de Harvard inseriu em sua grade o poker em 2007, justamente para que seus alunos usassem do esporte para entender melhor o ser humano, conhecer suas forças e fraquezas e saber como otimizar ao máximo seus potenciais nas mesas de negociação. A matéria poker permanece até hoje com um sucesso fenomenal e fez com que esta ação fosse copiada em vários outros locais dos Estados Unidos e há poucos meses atrás também na Europa.
Feldman mostrou seu interesse em fazer com que o sistema de ensino no Brasil olhasse para esta idéia com carinho e quem sabe com um belo trabalho por parte dos educadores e das pessoas que ditam os rumos do poker no Brasil pudesse um dia também as nossas escolas se beneficiarem destas ferramentas que o poker traz. Isso mostra além de uma preocupação das mais saudáveis de Feldman com esporte construindo o ser humano, também um entendimento completo das potências que poker pode trazer para um indivíduo, deixando de lado qualquer preconceito ou falso entendimento que muitas vezes foram usados em relação ao nosso esporte.
Ainda acredito que para a realidade brasileira, no momento, colocarmos o poker nas nossas universidades ainda seja uma ação muito distante porém demos o primeiro passo. Coloco-me aqui a disposição de reitores e professores universitários que queiram abrir este tipo de discussão em suas instituições, seria mais uma grande vitória para o poker no Brasil e também um ganho fabuloso para as instituições de ensino do nosso país, não temos nenhuma razão para deixarmos os americanos com esta vantagem educacional em relação aos nossos profissionais que saem para o mercado de trabalho todos os anos. Meu twitter é @aakkari e meu e-mail andréakkari@uol.com.br caso as universidades queiram iniciar estes debates em prol do benefícios de seus estudantes.
Quero parabenizar o Secretário Walter Feldman pela sua coragem e esforço para o entendimento de algo que ainda é muito novo e complexo para a nossa sociedade e principalmente parabéns por representar a classe política de forma tão idônea e honrosa, palavras que o brasileiro não está acostumado a usar quando nos referimos a maioria dos representantes desta classe.
André Akkari

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